Cuba: mudanças políticas, progresso e vacinas
Reportagem da Semana
22 de abril de 2021
Imprensa ADUR-RJ
Após seis décadas de histórias, lutas, conquistas e derrotas, Cuba virou a página dos irmãos Castro. A aposentadoria de Raúl Castro, aos 89 anos, abriu espaço para a nova geração do Partido Comunista de Cuba (PCC), e em especial para Miguel Díaz-Canel, que se tornou em 19 de abril de 2021 o novo primeiro-secretário do PCC.
A linha política do país, se mudar, é muito pouco. Miguel Díaz-Canel gosta de se locomover de bicicleta, usa jeans e é fã apaixonado pelos Beatles. Usa tablets digitais e abriu mão dos uniformes verde-oliva de seus ilustres predecessores. É descrito como simples e acessível pelos seus apoiadores, que afirmam que ele “sabe ouvir”.
O tom, porém, contra seus opositores, continua firme, como assim o foi durante os anos dos irmãos Castro. No final de dezembro, ele descreveu integrantes da mídia cubana independente no Twitter como “mercenários e mentirosos”. Sobre os EUA, ainda em 2019, ele publicou: “Não nos intimidam as ameaças dos Estados Unidos, são parte da política de ingerência contra Cuba. É lamentável que [eles] instiguem seus diplomatas a violar o direito internacional e as próprias leis dos EUA. Cuba não renunciará à sua soberania e independência”.
Entre os seus desafios, a pesada tarefa de fazer valer sua própria legitimidade diante da pior crise econômica de Cuba em 30 anos, sob o efeito da pandemia e do recrudescimento das sanções norte-americanas durante o governo Trump. Trata-se de um fato consolidado entre especialistas que a sua chegada não representa uma aproximação com os norte-americanos, e tampouco com Joe Biden.
Os laços com a Rússia, por outro lado, seguem alinhados. Vladimir Putin foi um dos líderes que parabenizaram Miguel Díaz-Canel pela sua chegada à presidência de Cuba. Soma-se a este pronunciamento, a importante fala na última quarta-feira (31 de abril), do vice-primeiro-ministro da Rússia, Yuri Borisov, que classificou Cuba como o principal parceiro e aliado de Moscou na América Latina e no Caribe.
Eleita para o triênio (2021-2024) como membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Cuba também avança em sua diplomacia, fortalecendo o multilateralismo e estabelecendo comércio com a China e outros importantes parceiros no continente asiático. No México, quando bateu a segunda onda da COVID-19, quando os leitos estiveram mais lotados, foram os médicos cubanos que estiveram lá, em ação humanitária.
A vacinação contra a COVID-19 em Cuba
A maioria dos países da América Latina manifestaram interesse diplomático nas vacinas de Cuba, que até agora somam-se cinco, chamadas de Soberana 1, Soberana 2 e Soberana Plus, Abdala e Mambisa. Serão produzidas 100 milhões de doses apenas da Soberana 2, e há países interessados em adquiri-la, como Vietnã, Irã, Venezuela, Paquistão e Índia.
Cuba é o primeiro país latino-americano a desenvolver imunizantes próprios contra a COVID-19. O governo do país planeja iniciar a vacinação a partir do dia 24 de abril e prevê a imunização de metade da população cubana até agosto deste ano. Além disso, Cuba ainda oferece vacinas para imunizar os turistas que visitarem o país.
Em outros países da América Latina, foram feitos acordos para a produção de vacinas cubanas, como no caso da Venezuela, em que o país produzirá vacinas cubanas em Caracas.
Enquanto isso, no Brasil, faltam vacinas e sobram mortos. Em entrevista para o jornal Brasil Atual em 19 de abril, o embaixador Pedro Monzón, cônsul-geral de Cuba em São Paulo, afirmou que considera “difícil” a possibilidade de o Brasil participar das negociações das vacinas cubanas por conta do estado atual de afastamento na relação entre os dois países. O embaixador declarou que tal afastamento não partiu de Cuba, mas foi causado pelas agressões “absurdas e desnecessárias” por parte do presidente Jair Bolsonaro ao país, que acabou gerando a saída dos médicos cubanos do Programa Mais Médicos do SUS.
O presidente Jair Bolsonaro não apenas arruinou as relações bilaterais entre os dois países, como também as possibilidades do Brasil adquirir mais vacinas para acelerar o processo de vacinação que ainda se encontra em um estágio muito lento. O Brasil se tornou uma referência mundial de gestão caótica e irresponsável da pandemia, uma vez que o governo federal negou várias vezes as ofertas de farmacêuticas internacionais para a compra de imunizantes e atrasou o início da vacinação no país. Desde o início de 2021, apenas cerca de 27 milhões de brasileiros foram vacinados contra a COVID-19, o que corresponde a quase 13% da população.
O Brasil poderia estar vacinando sua população de forma mais eficiente e constante se o governo Bolsonaro não tivesse criado desavenças com Cuba e a aproximação com o país poderia não apenas ampliar a oferta de imunizantes para o Brasil, mas também possibilitar o avanço de pesquisas científicas e estudos acadêmicos sobre a COVID-19 e outras doenças.
Circulou pelas redes sociais nas últimas semanas uma fake news dizendo que empresários brasileiros pretendiam vacinar-se às escondidas em Havana, e que para isso teriam pago uma verdadeira fortuna ao governo de Cuba. A história foi desmentida pela chancelaria cubana no Brasil, que ainda aproveitou para “provocar” os brasileiros: “Nosso país não cobraria por um serviço humanitário”. Uma semana antes, empresários brasileiros haviam sido flagrados importando vacinas da Pfizer em Minas Gerais.
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